Entendendo a Cabeça do Voluntário

Por: Silvia Naccache
19 Fevereiro 2013 - 00h00

A possibilidade de entender e mapear o voluntariado no Brasil foi o que mobilizou o Centro de Voluntariado de São Paulo e a Rede Brasil Voluntário a encomendar a pesquisa com o Perfil do Voluntário em nosso país. A pesquisa fez parte do projeto de comemoração da década do voluntariado em todo o mundo, celebrado em 2011, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os resultados encontrados levaram os Centros de Voluntariado a encomendar uma segmentação da pesquisa. A investigação desses segmentos trouxe outros aspectos e formas que apontam rumos e formatos para o voluntariado em nosso país.

Sabemos que um em cada quatro brasileiros com mais de 16 anos (cerca de 35 milhões de pessoas) faz ou já fez algum trabalho voluntário. É o que aponta pesquisa, realizada pelo Ibope Inteligência. Destes, 11%, cerca de 15 milhões de pessoas, exercem alguma atividade voluntária no momento. A perspectiva de receber pessoas bem intencionadas e com desejo de trabalhar voluntariamente, embora seja bem-vinda, necessita de organização e excelência na gestão. Entender quem são essas pessoas é um facilitador para um trabalho voluntário com qualidade, comprometimento com o sucesso, satisfação, sinergia e, sobretudo, uma grande oportunidade de exercício de solidariedade e de cidadania. A segmentação da pesquisa realizada em janeiro de 2012 e classificou os “voluntários brasileiros” em três grupos:
Tradicionais — 31% dos voluntários

Os voluntários tradicionais se caracterizam por terem idade acima de 50 anos, casados e com filhos. A maioria pertence às classes C/D e, comparados aos outros grupos, é o de menor grau de escolaridade: não chegam a completar o ensino médio.

Outra característica é que a maioria não trabalha regularmente ou está aposentada. Dentre todos os segmentos, é o que indica menor posse de equipamentos de informação e comunicação (possuir computador e acesso à internet).

Possuem uma história de longa atuação no voluntariado, com mais de sete anos de dedicação e fidelização aos projetos, causas ou associações escolhidas.

Além de instituições religiosas (como os demais grupos), atuam com mais frequência em associações de bairro, espaços públicos e diretamente na própria comunidade.
O tempo médio de dedicação é de três horas mensais. Não existe uma escolha de um público a ser atendido que se destaque. Estão envolvidos em atividades de mobilização de recursos, oferecem serviços de manutenção de infraestrutura e serviços em geral (cozinha etc.), incluindo atendimento direto ao público.

Motivação: participam do voluntariado por solidariedade e são motivados, em maior proporção do que os demais grupos, por questões religiosas. Buscam fortalecer relacionamentos, conhecer pessoas, serem reconhecidos e ocupar o tempo. Sentem-se motivados a continuar prestando serviço voluntário e, de forma geral, estão satisfeitos com o próprio serviço, com a organização, feedback recebido e com o apoio da instituição. É o grupo com maior grau de satisfação e a maior expectativa é a respeito de cursos e capacitação.
Participativos — grupo de maior destaque, com 49% dos voluntários
Este é o perfil do voluntário da primeira década do século 21. Maior segmento, com perfil mais jovem, com pessoas de até 30 anos. Possuem alto nível de escolaridade: ensino médio ou superior, e pertencem às classes A/B.

São estudantes e pessoas que trabalham meio período, bastante envolvidos com atividades voluntárias há menos tempo que os demais grupos: até um ano. Apesar disso, são pessoas com dedicação regular ao serviço voluntário, e apenas 15% têm dedicação eventual. Um pouco menos vinculados às instituições religiosas do que os demais grupos, atuam nos vários segmentos, com maior destaque para projetos e organizações da área da educação, e o público que têm preferência em atender é o de jovens.

Têm amplo acesso a computador e internet. Além da escolha de atuação na captação e mobilização de recursos, atuam em cultura, educação e esporte, promovem eventos e oferecem serviços especializados.

Motivação: a solidariedade e os motivos religiosos sempre aparecem, mas os destaques são o dever cívico e a cidadania. Estão motivados em continuar prestando serviço voluntário, mas são os mais críticos com sua atuação, pois se ressentem, mais do que os outros dois grupos, da falta de apoio e disponibilidade de cursos e palestras, por parte da instituição onde prestam o serviço voluntário. Sentem falta de avaliações, de indicadores e de uma gestão mais profissionalizada das atividades voluntárias.

Conectados — 20% dos voluntários

Conectados são os voluntários dessa nova década, o menor segmento. Têm idade entre 25 e 59 anos, trabalham em período integral e o destaque desse grupo é a cidade de São Paulo. Possuem maior nível de escolaridade e pertencem às classes A/B. Têm pleno acesso às tecnologias de comunicação e informação, computadores, celulares, internet e são usuários das redes sociais.Dedicam-se ao voluntariado sem um padrão definido de tempo.

Prestam serviço (além das instituições religiosas) a instituições de assistência social, estando menos vinculados às organizações comunitárias e associações de bairro. Não têm interesse por algum público específico, e atendem a comunidade em geral, com destaque para crianças e jovens.

Seu padrão de atuação é bastante variado: além da disponibilização de recursos e doações, exercem vários tipos de atividade. Esse grupo tem a solidariedade e o exercício de cidadania como principal motivação para o voluntariado. Demonstram alto nível de satisfação com sua atuação, com o apoio que recebem da organização, e possuemmuita motivação a continuar.
A pesquisa traz novas perspectivas e orientações para quem vai receber um voluntário, assim como a importância da gestão, da apresentação do resultado do trabalho e do apoio recebido pela organização. Todo programa de voluntariado é implantado para criar, melhorar ou ampliar os serviços prestados pela organização, portanto, é necessário um planejamento criterioso que atenda às necessidades da instituição. As organizações interessadas precisam se preparar e se tornar aptas para receber adequadamente os voluntários e manter esta mão de obra valiosa motivada, engajada e produtiva.

Tudo o que você precisa saber sobre Terceiro setor a UM CLIQUE de distância!

Imagine como seria maravilhoso acessar uma infinidade de informações e capacitações - SUPER ATUALIZADAS - com TUDO - eu disse TUDO! - o que você precisa saber para melhorar a gestão da sua ONG?

Imaginou? Então... esse cenário já é realidade na Rede Filantropia. Aqui você encontra materiais sobre:

Contabilidade

(certificações, prestação de contas, atendimento às normas contábeis, dentre outros)

Legislação

(remuneração de dirigentes, imunidade tributária, revisão estatutária, dentre outros)

Captação de Recursos

(principais fontes, ferramentas possíveis, geração de renda própria, dentre outros)

Voluntariado

(Gestão de voluntários, programas de voluntariado empresarial, dentre outros)

Tecnologia

(Softwares de gestão, CRM, armazenamento em nuvem, captação de recursos via internet, redes sociais, dentre outros)

RH

(Legislação trabalhista, formas de contratação em ONGs etc.)

E muito mais! Pois é... a Rede Filantropia tem tudo isso pra você, no plano de adesão PRATA!

E COMO FUNCIONA?

Isso tudo fica disponível pra você nos seguintes formatos:

  • Mais de 100 horas de videoaulas exclusivas gratuitas (faça seu login e acesse quando quiser)
  • Todo o conteúdo da Revista Filantropia enviado no formato digital, e com acesso completo no site da Rede Filantropia
  • Conteúdo on-line sem limites de acesso no www.filantropia.ong
  • Acesso a ambiente exclusivo para download de e-books e outros materiais
  • Participação mensal e gratuita nos eventos Filantropia Responde, sessões virtuais de perguntas e respostas sobre temas de gestão
  • Listagem de editais atualizada diariamente
  • Descontos especiais no FIFE (Fórum Interamericano de Filantropia Estratégica) e em eventos parceiros (Festival ABCR e Congresso Brasileiro do Terceiro Setor)

Saiba mais e faça parte da principal rede do Terceiro Setor do Brasil:

Acesse: filantropia.ong/beneficios

PARCEIROS

Incentivadores
AudisaDoação SolutionsDoritos PepsicoFundação Itaú SocialFundação TelefônicaInstituto Algar de Responsabilidade Social INSTITUTO BANCORBRÁSLima & Reis Sociedade de AdvogadosQuality AssociadosR&R
Apoio Institucional
ABCRAbraleAPAECriandoGIFEHYBInstituto DoarInstituto EthosSocial Profit
Parceiros Estratégicos
Ballet BolshoiBee The ChangeBHBIT SISTEMASCarol ZanotiCURTA A CAUSAEconômicaEditora ZeppeliniEverest Fundraising ÊxitosHumentumJungers ConsultoriaLatamMBiasioli AdvogadosPM4NGOsQuantusS&C ASSESSORIA CONTÁBILSeteco Servs Tecnicos Contabeis S/STechsoup