Lazer para todos

Por: Aline Alves
01 Setembro 2007 - 00h00

O lazer é parte importante na vida de qualquer pessoa. É momento de relaxar e se dedicar a uma atividade prazerosa. Para os deficientes intelectuais, o lazer também é instrumento fundamental no desenvolvimento educacional e motor, além de desempenhar papel importante na socialibilização. Contudo, ainda não é tarefa simples proporcionar momentos de lazer a este público em especial, pois são poucas as opções de inclusão a atividades de entretenimento, cultura e esporte disponíveis – mesmo nas grandes cidades.

As organizações voltadas ao atendimento de pessoas com deficiência são os principais lugares onde a oferta de atividades de lazer é maior. A Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) é um exemplo. “Oferecemos uma grade de atividades em que a pessoa escolhe o que quer fazer nas áreas de arte, cultura e esporte. É um programa aberto para pessoas com deficiência e seus familiares”, diz Joseane Masson, coordenadora do departamento de Arte, Cultura e Esporte da Apae-SP.

Atualmente, cerca de 300 pessoas realizam atividades como teatro, música, dança do ventre, capoeira e artes plásticas. “O lazer cria um espaço de sociabilização e convivência, propicia o desenvolvimento das pessoas, mas é livre de qualquer obrigação. O desenvolvimento é conseqüência da interação com a atividade e as pessoas”, explica Joseane.

A Associação para o Desenvolvimento, Educação e Recuperação do Excepcional (Adere) também estimula o lazer de seus assistidos. Os deficientes intelectuais atendidos pela entidade – cerca de 90 pessoas com mais de 16 anos –, participam de teatro, canto, coral e artes, além de praticar lian gong (uma ginástica chinesa). “Além dessas atividades, que fazem parte do dia-a-dia dos aprendizes, promovemos saídas como meio de integração social. Vamos ao teatro, programamos passeios, feijoadas fora da entidade, e outras atividades de lazer. No entanto, dependemos de colaboração, para a realização desses extras, como doação de convites e transportes, por exemplo”, afirma Soeni Domingos Sandreschi, coordenadora institucional da Adere.

Para ela, a falta de recursos econômicos e a impossibilidade de as famílias dos deficientes intelectuais suprirem esta necessidade sozinhas são empecilhos para o acesso ao lazer. “A participação do excepcional numa entidade como a Adere faz uma grande diferença na sua qualidade de vida. Acreditamos que o lazer seja de vital importância para o desenvolvimento global de qualquer pessoa. No caso do deficiente mental, o lazer tem um peso ainda maior, já que são atividades fora da instituição que promovem a inclusão social dos mesmos”, diz.

Parques de diversões

Ainda que em ações isoladas, principalmente no Estado de São Paulo, muitos parques de diversões programam anualmente eventos voltados especialmente às pessoas com deficiência. Todo mês de dezembro, o Playcenter, em São Paulo (SP), recebe cerca de 46 instituições, como Apae, Casas André Luiz, AACD, além das crianças de salas especiais das escolas municipais e estaduais de São Paulo. No Dia Especial, os equipamentos do parque são classificados em cinco grupos com restrições individuais para cada tipo de necessidade dos visitantes. Eles recebem uma pulseira com a identificação de sua deficiência, para que o atendimento seja específico para cada um. Os participantes também são acompanhados por monitores treinados especialmente para o evento.

No município de Vinhedo (SP), o Hopi Hari oferece evento semelhante. No Dia Especial deste parque, realizado sempre no mês de novembro, as portas são abertas exclusivamente para as instituições dedicadas às pessoas com necessidades especiais. Em 2006, foram 72, totalizando 8.000 visitantes. Para participar, é necessário fazer um cadastro junto ao parque no mês de fevereiro, e as instituições passam por triagem e seleção. Além da entrada gratuita, o Hopi Hari fornece alimentação a todos os participantes. O parque também oferece o Programa Código Azul, que disponibiliza um mapa com as atrações indicadas para a condição física de cada tipo de deficiência.

Já o Parque da Mônica, também na capital paulista, cadastra entidades para visitas gratuitas em datas específicas. As famílias com crianças com necessidades especiais (físicas ou intelectuais) que não possam desfrutar de todas as atrações têm 50% de desconto na entrada. Desde 2005, o parque apresenta um show com o objetivo de trabalhar as discrepâncias sociais, raciais e culturais dentro do universo das crianças. No espetáculo intitulado “Mundo Azul”, a Turma da Mônica faz uma analogia às diferenças que estão presente no cotidiano.

Iniciativas

Há dois anos, a Associação das Indústrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC (Apolo) e a Prefeitura de Santo André realizam uma oficina de pipas para pessoas com necessidades especiais. Deficientes intelectuais também participaram do evento, que teve sua última edição no mês de agosto, no Parque Central, em Santo André (SP). Além de construir e soltar as pipas, os participantes assistem a um show que alerta sobre os cuidados com os fios de alta tensão.

A oficina faz parte do Programa de Educação Física Adaptada, que também conta com o apoio da Associação pela Cidadania do Deficiente (Acide) e das Faculdades Integradas de Santo André (Fefisa). A principal atividade do programa é um curso de natação, formatado especialmente para crianças e adultos com deficiência – que, desde 2002, já recebeu mais de 400 alunos. Ao longo do ano outras atividades são desenvolvidas, com acesso aos deficientes intelectuais, como o piquenique no parque e o Circuito Aventura, de esportes radicais.

Um novo espaço inaugurado em São Paulo, cujas instalações especiais poderão ser usufruídas por deficientes intelectuais, é o Parque do Trote. Localizado no bairro da Vila Guilherme, o parque é uma revitalização da área que pertenceu à Sociedade Paulista de Trote (SPT). É o primeiro endereço da capital adaptado ao lazer de quem tem alguma deficiência ou mobilidade reduzida. Há corrimões e rampas de acesso por todo o parque, pisos especiais – como intertravado (ideal para a circulação de cadeiras de rodas) e tátil (de alerta para deficientes visuais).

No novo playground foram disponibilizados brinquedos adaptados com tecnologia assistiva, ou seja, feitos sob medida para melhorar as habilidades de pessoas com deficiência. Foi criada, ainda, a original trilha dos sentidos, que é um jardim com plantas aromáticas e flores de diversas texturas. Nos próximos meses o parque deverá ganhar também um espaço para equoterapia.


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