A administração existe há muitos anos e, por ser uma prática antiga, acabou sofrendo certas mudanças através do tempo, influenciada pela cultura e valores da sociedade, sendo necessário criar novas estratégias de gestão, levando em consideração não apenas a quantidade e o tempo de produção, mas também o fator humano.
A partir do entendimento da importância das pessoas dentro da organização, devemos fazer uma refl exão acerca da importância da qualidade de vida no ambiente laboral e na infl uência que ela exerce em outros aspectos da vida de um indivíduo.
A qualidade de vida no ambiente de trabalho é um assunto que preocupa não somente a classe trabalhadora da atualidade, como também as grandes empresas, que vêm procurando cada vez mais fornecer condições de trabalho adequadas para contribuir com a qualidade de vida de seus colaboradores, englobando valores de saúde, harmonia e motivação.
Entretanto, não somente de funcionários saudáveis e fisicamente íntegros se constrói um ambiente de trabalho. A deficiência, de um modo geral, é um dos assuntos que mais geram reflexão na sociedade atual, tanto na política, quanto na educação. Cada vez mais há a preocupação com a acessibilidade, a integração e a interação social desses indivíduos. O espaço dessas pessoas está sendo conquistado aos poucos, e hoje em dia não é raro ver deficientes trabalhando, estudando e interagindo com a sociedade.
Desde que entrou em vigor a Lei nº 8.213, em 24 de Julho de 1991, tornando obrigatória, entre outras medidas, uma cota para deficientes dentro das empresas, a procura por profissionais da categoria tem aumentado cada vez mais. Apesar de a medida ser uma forte aliada do movimento de inclusão de pessoas com deficiência, a empresa deve se preocupar, acima de qualquer coisa, com a qualidade de vida desses funcionários, pois de nada adianta incluir o indivíduo no ambiente laboral se este não sente que a atividade agrega valor pessoal e não traz a satisfação que ele busca, especialmente quando tratamos de pessoas que adquiriram a deficiência, as chamadas “recém-deficientes” físicas.
A situação da deficiência adquirida gera dificuldades para o indivíduo que a sofreu, para seus amigos e familiares. Além de ter de se acostumar com uma nova perspectiva de vida, a pessoa ainda tem de reaprender a conviver com o próprio corpo, envolvendo questões psicológicas, que pode gerar depressão, situação em que a pessoa reluta em aceitar sua nova realidade e retomar a vida. Neste momento, é fundamental que a pessoa tenha o apoio da família e dos meios sociais em que vive, para encontrar uma forma de se reerguer.
A interação social do deficiente, que inclui família, amigos e, é claro, o ambiente de trabalho, é uma das questões que mais atraem atenção no âmbito educacional e é um tema que gera muita reflexão. Por meio da interação social o deficiente conquista seu espaço, e é de suma importância no processo de aceitação e superação de pessoas com deficiência adquirida, a partir de um bom relacionamento familiar, o apoio dos amigos e a boa gestão do ambiente laboral.
Quando o meio social em que o recém-deficiente está inserido cumpre seu papel, ele passa pelo processo de autoaceitação e reconhecimento do próprio corpo, quando geralmente há a necessidade, a vontade de voltar a ter uma rotina, sentir que cumpre um papel social, e muitas vezes acaba recorrendo ao mercado de trabalho para encontrar a satisfação desejada. É neste momento que a empresa, o gestor e o departamento de Recursos Humanos devem trabalhar em conjunto para garantir o conforto e a qualidade de vida no trabalho dessas pessoas, fatos tão importantes para o desenvolvimento pessoal e autoestima.
Ao se inserir no ambiente de trabalho, existe toda a questão da acessibilidade, do cumprimento das normas, da ergonomia, da legislação. Deve-se atentar, além de tudo, à questão psicológica e emocional do indivíduo, e cabe ao gestor e ao departamento de recursos humanos a tarefa de fazê-lo sentir-se acolhido. Quando o gestor toma consciência de seu papel representativo e de influência dentro de tal contexto, de forma a acolher o deficiente de maneira adequada, fazendo com que ele se sinta bem no ambiente, exigindo dele tudo o que exige de seus outros funcionários (salvo quando a atividade exigir condicionamento físico acima da capacidade do deficiente), informando aos membros da equipe sobre as reais condições do novo funcionário, incentivando a integração dele ao ambiente de forma satisfatória para ambas as partes (deficiente e equipe) e impedindo atitudes preconceituosas, além de tomar a devida atitude quando comprovadas condutas desse tipo dentro do ambiente, e o departamento de Recursos Humanos age de forma eficaz, afirmando a importância do trabalho que o colaborador desenvolve para a empresa, reconhecendo seus méritos e incentivando-o a buscar a melhoria contínua, a tendência é trazer benefícios para a empresa e para o colaborador, que cada vez mais vai se sentir incentivado e motivado para continuar trabalhando. Isso contribui, consequentemente, para sua perspectiva e qualidade de vida.
A teoria é comprovada a partir de um estudo de caso feito com Larissa Gouveia, uma jovem que, aos 23 anos de idade, devido a um acidente de carro, perdeu o movimento das pernas, e encontrou no trabalho uma maneira de se reerguer. Seu caminho não foi fácil: foi repleto de dificuldades, depressão, e falta de crença de que sua vida poderia voltar ao normal, e isso é muito comum em pessoas que já passaram por uma situação semelhante. Mas, felizmente Larissa vem de uma boa base familiar e com o apoio deles, que a incentivaram a retomar a vida, foi à procura de um emprego, alcançando seu objetivo pouco tempo depois. O fato principal é que graças à retomada de rotina, do reconhecimento de seu valor profissional e pessoal, Larissa hoje vive uma vida normal dentro de suas limitações: anda de bicicleta, pratica esportes, faz teatro e também tem uma vida conjugal.
Apesar de sua história ter um “final feliz”, compreende- -se que o caso de Larissa é uma das “exceções à regra”. Além de ter a sorte de estar inserida em um meio familiar social propício, por ter apoio e incentivo das pessoas que a cercam, também teve a capacidade de conseguir um emprego numa empresa que possui uma forte cultura, valores e responsabilidade social, que tem condições de acessibilidade adequadas para seu caso e que reconhece seu bom trabalho, de modo que já a premiou por seu desenvolvimento, incentivando-a a ser uma profissional cada vez melhor. A moça conta que isso fez grande diferença no seu processo de superação e autoaceitação. O reconhecimento foi crucial para que tomasse consciência de que era preciso seguir em frente.
Entretanto, há o conhecimento de outras histórias de deficientes que não conseguiram a reabilitação, não conseguiram superar, talvez pelo emocional não tão consistente quanto o de Larissa, talvez pelo meio inserido, e são essas pessoas que nos devem motivar a refletir e ter cada vez mais consciência sobre a necessidade e a importância do problema da inclusão e da qualidade de vida.
Garantir a integração dos deficientes no ambiente de trabalho não assegura a qualidade de vida deles, não assegura que eles tenham um feedback aceitável da empresa e do gestor quanto a sua capacidade e produtividade. Muitas vezes, o deficiente entra na empresa por meio das cotas, mas não tem uma atividade laboral compatível com sua formação e sua capacidade. É importante que as empresas, principalmente os gestores e o RH, atentem-se a isso.
É preciso haver uma maior conscientização acerca do assunto, as empresas necessitam melhorar sua acessibilidade, treinar os gestores, o RH e os funcionários para o convívio com a pessoa com deficiência. Só assim será possível fornecer, além da inclusão, a qualidade de vida no trabalho dessas pessoas, que beneficia não só seu lado profissional, mas auxilia na autoestima, na saúde e no bem-estar da pessoa com deficiência.
Imagine como seria maravilhoso acessar uma infinidade de informações e capacitações - SUPER ATUALIZADAS - com TUDO - eu disse TUDO! - o que você precisa saber para melhorar a gestão da sua ONG?
Imaginou? Então... esse cenário já é realidade na Rede Filantropia. Aqui você encontra materiais sobre:
(certificações, prestação de contas, atendimento às normas contábeis, dentre outros)
(remuneração de dirigentes, imunidade tributária, revisão estatutária, dentre outros)
(principais fontes, ferramentas possíveis, geração de renda própria, dentre outros)
(Gestão de voluntários, programas de voluntariado empresarial, dentre outros)
(Softwares de gestão, CRM, armazenamento em nuvem, captação de recursos via internet, redes sociais, dentre outros)
(Legislação trabalhista, formas de contratação em ONGs etc.)
Isso tudo fica disponível pra você nos seguintes formatos:
Saiba mais e faça parte da principal rede do Terceiro Setor do Brasil: