A captação de recursos vai muito além de conseguir meios financeiros para a organização social. Não é só o dinheiro que está envolvido neste processo. Quando pensamos em captação de recursos, devemos considerar estratégias para obter recursos financeiros, materiais e humanos. O assunto é bastante amplo e, nesta matéria, abordamos a captação de voluntários.
Como conseguir pessoas dispostas a doarem seu tempo, trabalho e talento para a organização? A tarefa não é fácil, assim como qualquer outra forma de captação de recursos, mas podemos organizar o processo e canalizar energia para maximizar os resultados.
O recrutamento se caracteriza como um conjunto de atividades necessárias para localizar pessoas que possam atender ao perfil desejado. Então, o primeiro passo para iniciar uma seleção é definir que tipo de voluntários a organização social precisa, quais atividades eles farão e quais as qualificações necessárias para o desempenho de tais tarefas. Pode parecer simples, mas nem sempre começamos pelo início. Às vezes, a organização só descobre isso quando encontra alguém disposto a colaborar e percebe que a pessoa não atende às expectativas. E aí pode ser tarde demais. A frustração surge para ambos os lados. A organização gastou tempo e dinheiro para a escolha e o selecionado se decepciona por não conseguir fazer o que lhe foi pedido. Para não haver desilusão nem traumas no meio do caminho, reserve um tempo para definir as qualificações e personalidades mais adequadas ao desempenho da vaga de voluntário.
Traçado o perfil, escolha os locais e as mídias mais apropriadas para a divulgação da vaga. Por exemplo, a comunicação boca a boca é bastante eficaz quando o número de vagas é pequeno e o perfil do voluntário é bem específico. Quando a demanda for maior, ou houver a necessidade de uma diversidade de candidatos para a vaga, é interessante optar por outras formas de veiculação, como anúncios em jornais, revistas, emissoras de rádio, centros de voluntariado da cidade, associação de bairro, entre outras. Comunique a abertura do processo seletivo dentro de sua organização também. Às vezes, é possível aproveitar algum voluntário interno que deseje trocar de área. O tipo de seleção vai depender dos objetivos da organização.
Qualquer que seja a forma de divulgação, a organização social precisa estar preparada para receber as pessoas que se interessarem pela vaga. Para isso, alguém deve ser designado para o atendimento inicial aos candidatos a voluntários. Ele deve fornecer informações sobre a organização, a vaga disponível e marcar uma entrevista com o coordenador de voluntários.
É fundamental ressaltar que, apesar da boa vontade e desejo de participação do voluntário, o pretendente deve passar por um processo seletivo. É nessa fase que a organização testará os conhecimentos da pessoa e verificará se ela tem o perfil para a vaga disponível. Para isso, o coordenador de voluntários deve desenvolver um roteiro de perguntas que o possibilite conhecer o candidato, verificar o seu real interesse na organização social, seu o perfil e se as habilidades são adequadas às necessidades do momento da organização social.
A entrevista dever ser breve e transcorrer em um clima agradável para favorecer o diálogo. Mas, mais do que falar, o entrevistador deve estar disposto a ouvir o que o futuro candidato tem a oferecer à organização e quais são as suas expectativas.
Como em todos os processos seletivos, algumas pessoas não são aprovadas. É importante dar um retorno para aquele voluntário que participou de uma seleção e não pôde ser aproveitado. O ideal é que, nos casos em que o candidato não possua perfil para atuar na organização, o coordenador o motive e o auxilie na busca de outras organizações ou outro tipo de trabalho voluntário mais apropriado às suas atitudes e habilidades.
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