Tecnologia de monitoramento e avaliação de programas sociais

Por: Carol Zanoti
01 Julho 2010 - 00h00

Confesso que não aprecio muito filmes de ficção, mas ouso começar este artigo lembrando o filme “O exterminador do futuro”, de 1984, para comparar a necessidade de qualificar tecnicamente as avaliaçõesde projetos ou programas socioambientais.

O filme conta a história de um futuro próximo, quando a guerra entre humanos e máquinas é deflagrada. Um plano inusitado é arquitetado pelas máquinas ao enviar para o passado um androide (Arnold Schwarzenegger) com a missão de matar a mãe (Linda Hamilton) daquele que seria um líder e seu pior inimigo.Nos nossos projetos socioambientais acontece, infelizmente, algo muito parecido. A frustração de não conseguirmos mensurar claramente seu sucesso e contribuir com a causa assumida reflete a crença de que eles poderiam ser exterminados antes mesmo de serem gerados.

Ao assumirmos uma causa desejamos construir ações para colaborar com a produção de resultados e impactos relevantes. Investimos recursos, serviços e capacidades para gerar uma referência de sucesso diante da causa assumida.

Muitas organizações intuem o desenvolvimento e o sucesso dos seus processos pontualmente quando analisam o desempenho de suas ações apenas com relatos subjetivos: “sei que meu projeto é muito bom...”. Mas, quando aprofundamos a análise de seus resultados, na maioria das vezes não há vínculo com o objetivo proposto. Um projeto ou programa que não tem objetivo e metas claras (marco zero) e não estabelece os mecanismos e técnicas para monitorá- lo, raramente apresentará resultados que produzem impacto diante da causa. Nesses casos, a perda de foco contribui com uma frustração diante da causa.

Outras avaliam seus processos somente como forma de supervisão do investidor ou apoiador, para verificar se o investimento é aplicado de forma correta, sem envolver e correponsabilizar todos os atores no processo. Nessas organizações, maçantes mecanismos de supervisão impedem que todos os envolvidos possam se empoderar e enriquecer com metodologias de sucesso.

Poucas organizações conseguem identificar, esclarecer e aplicar critérios passíveis de serem defendidos publicamente para determinar o valor (mérito e relevância), qualidade, utilidade, efetividade, importância e eficiência dessas ações. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou neste ano novas informações sobre assistência social nos municípios brasileiros. Uma parte dessa pesquisa mostra avanços nos serviços sociais, mas também traz um alerta: faltam técnicas de monitoramento no desenvolvimento de projetos e programas e avaliação de seus resultados e impactos diante da causa.

Segundo esse levantamento, duas em cada três prefeituras não possuem tecnologia para avaliar a qualidade dos serviços e saber se, de fato, estão sendo úteis. A avaliação é entendida como um processo que apoia a gestão e a tomada de decisão e ajuda a corrigir rumos, identificar erros e acertos, verificar a realização de objetivos, identificar os resultados no público do projeto e gerar credibilidade.

Os principais desafios apontados pelos que avaliam projetos e programas são: a construção de indicadores, o envolvimento dos públicos do projeto na avaliação, o desenvolvimento de instrumentos, a coleta de informações, a análise dos resultados e a mobilização de recursos.

As abordagens iniciais à avaliação de impacto datam da década de 1950 e foram feitas pelas agências de desenvolvimento, como Environment Impact Assessment (EIA – ambiental); Social Impact Assessment (SAI – social); Cost-Benefit Analysis (CBA – custo-benefício); e Social Cost-Benefit Analysis (SCBA – custo-benefício social). Até então, as análises estavam restritas a avaliações anos após o encerramento de um projeto ou programa.

No início de 1980 começaram a surgir novos métodos de avaliação que contribuíram para: tornar participantes todos os públicos envolvidos nas ações; a partir de um diagnóstico inicial (marco zero), verificar o progresso das ações; e verificar a efetividade dos resultados qualitativos e quantitativos periodicamente no processo das ações.

Em 1988, o desenvolvimento do planejamento de um projeto orientado por objetivos introduz as noções do marco lógico, criado no âmbito da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Essa metodologia foi adotada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para planejamento, elaboração, monitoramento e avaliação de projetos e programas.

Tal histórico convida nossa geração ao prazeroso serviço de, com profissionalismo, estabelecer instrumentos criativos e inculturados de aperfeiçoamento e novas técnicas de monitoramento e avaliação de projetos e programas socioambientais.

O pior inimigo de nossas ações é a falta de clareza de seu impacto diante da causa. É premente a necessidade de investir em pesquisas nessa área do conhecimento, formar profissionais capacitados para executá-las, além de trabalhar com modelos participativos. Só assim nossas ações poderão sair da ficção e se tornarem referência e motivação.

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