Voluntariado educativo: escola e comunidade agindo juntos

Por: Valeuska de Vassimon
01 Julho 2007 - 00h00

Solidariedade e cidadania são valores que podem, e devem, ser praticados nas escolas. Se a principal função de uma instituição de ensino é promover a aprendizagem do aluno, preparando-o para a vida e o trabalho, desenvolver projetos que estimulem tal objetivo e alinhem a sociedade à escola é uma prática muito bem-vinda.

A proposta do voluntariado educativo é estimular a cultura da solidariedade com caráter pedagógico, a fim de potencializar a função da escola e melhorar a qualidade de vida da comunidade, além de fortalecer a formação do aluno.

O Instituto Faça Parte atua nesta área por meio da certificação e divulgação de experiências escolares exemplares. A organização produz conteúdos, que visam à melhoria dos projetos, e trabalha pelo fortalecimento da cultura do voluntariado. “O voluntariado educativo permite integrar diversos saberes, competências e habilidades. Alunos, professores, funcionários, pais e demais atores que se envolvem em projetos nesta área vivenciam valores de solidariedade, participação, cidadania, comprometimento e respeito às diferenças”, afirma a diretora-presidente do instituto, Milú Villela.

Culinária, educação e meio-ambiente
Com pouco mais de 10 mil habitantes, a cidade de Meruoca, no Ceará, abriga uma única escola estadual de ensino médio, a EE Monsenhor Furtado. Apesar da infra-estrutura deficiente e de enfrentar dificuldades como a falta de sinal constante da internet, a escola lançou, em 2005, o projeto “Culinária Alternativa”, com o intuito de melhorar os hábitos alimentares dos alunos. “O projeto visa conscientizar nossos alunos e a comunidade quanto ao valor nutritivo dos alimentos”, afirma a coordenadora pedagógica da escola, Maria José da Silva.

O “Culinária Alternativa” ultrapassou os muros da escola e atingiu a comunidade como um todo. Um grupo de alunos voluntários dos ensinos fundamental e médio se envolveu em estudos e preparação de receitas, elaboração de um informativo sobre a importância da alimentação alternativa e trabalhos de conscientização a respeito dos alimentos nas feiras livres, entre outros. O resultado, além do acesso a informações saudáveis, foi a criação de um novo cardápio para a merenda escolar.

A escola possui outros projetos na área de voluntariado educativo, como o “Universidade à Vista”, que está em desenvolvimento. O objetivo é atingir alunos formandos do ensino médio, já que o município possui um número muito reduzido de universitários. Para tanto, a escola conta com a ajuda de professores de outras escolas e de alunos universitários.
Neste semestre, também foi criado o projeto “Aquecimento global: uma questão de vida ou morte”, com a finalidade de instruir alunos e a comunidade em geral quanto às causas e conseqüências do aquecimento global. Alunos e voluntários visitam famílias para entregar um boletim informativo elaborado por eles.

Além disso, há o projeto “Escola limpa, lares limpos”, com o intuito de conscientizar os alunos a manter a escola limpa e higienizada. “O projeto se estende aos pais e à comunidade, já que todos são convidados a freqüentar a escola para fazer um curso de produtos de limpeza”, afirma Maria José.

A primeira etapa foi um sucesso. De acordo com a instituição, alguns pais até montaram seu próprio negócio, ajudando na renda familiar, e os alunos foram preparados para dar o curso em outras escolas e associações.

Incentivo à leitura e recreio dirigido
Na pequena cidade de Carapicuíba, interior de São Paulo, a EE Didita Cardoso Alves também possui projetos interessantes de voluntariado educativo. Em 2003, a instituição lançou um projeto de incentivo à leitura que conta com a participação de membros da comunidade e de ex-alunos, que narram suas histórias para estudantes de primeira a quarta séries.

Além disso, mães de alunos promoveram um projeto de recreio dirigido, com o objetivo de reduzir as brigas entre as crianças durante o intervalo das aulas. “Nossa proposta pedagógica tem como eixo principal o letramento, a solidariedade e o respeito, fazendo da escola um espaço favorável à aprendizagem e à cultura de paz”, afirma Gilmara Dantas Turquetti, diretora da escola.

Para ela, a principal dificuldade dos projetos de voluntariado educativo é realizar um trabalho de orientação com professores e funcionários, para que compreendam que os voluntários não estão na escola para vigiar ou substituir ninguém, mas, sim, para somar.

“Atualmente os voluntários são acolhidos e respeitados por todos. Ninguém mais consegue imaginar a rotina escolar sem eles”, conta a diretora.

A escola já possui outros projetos, como cursos de idiomas, cursinho popular pré-vestibular, aulas de jazz, dança do ventre e coral, todos apoiados por professores, pais e membros voluntários da comunidade. Recentemente, a instituição recebeu uma proposta de apoio voluntário de bombeiros civis para realizar um trabalho de orientação aos alunos e à comunidade sobre prevenções e cidadania, o projeto “Bombeiros Mirins”.

Para Gilmara Turquetti, o trabalho voluntário não pode ser visto como uma forma de suprir uma defasagem de funcionários. Ele deve estar relacionado a uma necessidade específica diagnosticada, ser planejado e acompanhado de maneira coletiva. “O voluntário deve ter claro que seus objetivos pessoais devem estar atrelados à necessidade da escola”, afirma.

Como elaborar um projeto de voluntariado educativo?
Para o instituto Faça Parte, os projetos de voluntariado educativo devem estar sempre alinhados aos projetos pedagógicos desenvolvidos pelas escolas. Assim, eles são associados ao contexto educativo a partir da realidade local.
Para isso, há etapas que podem direcionar um novo projeto de voluntariado educativo, que incluem:
• Convocação tanto de apoio interno (coordenadores, professores, alunos e funcionários da escola), como externo (vizinhança, ONGs, comércio, imprensa locais, associação do bairro etc);
• Elaboração de um diagnóstico para descobrir as reais necessidades de quem receberá a ação voluntária;
• Elaboração do projeto, que deve considerar informações como justificativa, objetivo, grupo de trabalho, público-alvo, plano de ação, cronograma e recursos para a sua realização;
• Ação, ou seja, colocar em prática a idéia do projeto;
• Reflexão dos resultados a partir de constantes avaliações;
• Registro das etapas e processos com o objetivo de analisar, revisar, ampliar, reeditar e divulgar a experiência; e
• Reconhecimento e comemoração, a fim de valorizar, estimular e divulgar ações de voluntariado para incentivar a continuidade do projeto.

Links
www.facaparte.org.br

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